quarta-feira, 9 de janeiro de 2019

Seitas e Heresias: O Mercado da Fé em Moçambique



1. INTRODUÇÃO
As igrejas que abstêm-se das técnicas de comunicação e marketing ficam para trás. Vivemos num mundo altamente  mercantilizado que a própria salvação, cura espiritual e/ou perdão dos pecados encontram seu preço no pagamento de dízimos e compra de indulgências modernas.
Na Idade Média, a Igreja Católica Apostólica Romana (ICAR) já vendia indulgências para o perdão dos pecados dos fieis e também a oportunidade de poder pecar no futuro. A igreja reconheceu o erro abandonando estas práticas obscuras e antibíblicas. Porém, nos nossos dias, a vinda em Moçambique de seitas neopentecostais, na sua maioria do Brasil, revolucionaram a venda de indulgências de forma mais sofisticada com o propósito de vender a limpeza espiritual e prosperidade financeira.
A presente dissertação de mestrado tem como questão guia o estudo das seitas e heresias de modo a compreender  o mercado religioso em Moçambique. Esta questão do mercado religioso e/ou comercialização da fé, reflete-se no dia-a-dia das seitas neopentecostais que introduziram uma doutrina antibíblica, a chamada "Teologia da Prosperidade" repudiada pelos apóstolos na antiguidade (Atos 8:18-22). Para a concretização deste estudo, usamos a revisão bibliográfica; pesquisa documental; internet e programas de TV Record e canais afins.
O nosso breve entendimento sobre seita é: grupo doutrinário ou conjunto de pessoas que professam uma crença com mais ou menos obstinação, divergindo da opinião pública ortodoxa, ou seja, daquela que é considerada genuína e verdadeira. Na verdade seita é uma fachada religiosa. E heresia é a doutrina professada pela seita, isto é, uma falsa doutrina;  uma doutrina antibíblica; obra de inspiração demoníaca.
Esta dissertação está dividida em três grandes capítulos a saber: Capítulo I: Capítulo Introdutório, contextualiza o mercado religioso e a farsa "Teologia da Prosperidade"; descreve brevemente o conceito de seita e de heresia. Capítulo II: Revisão de Literatura, foram feitas abordagens de diferentes autores em relação às seita, heresias e mercado religioso; Capítulo III: neste capítulo tirou-se conclusões da pesquisa, observando o que a literatura diz em relação às seitas, heresias e mercado religioso.
2. DESENVOLVIMENTO  
2.1. Seitas
Seita é um grupo de pessoas que partilham uma mesma doutrina, ou que se destacam de uma religião. Além das seitas religiosas, que tendem para o misticismo, encontramos as seitas iniciáticas, místico-políticas ou puramente filosóficas. (MICHAL & RENALD).
Nos nossos dias percebemos seita como algo pejorativo. Porém, nem sempre foi assim desde os primórdios. Deriva-se seita do substantivo latino “secta” e do verbo “sequi”, que significa seguir. Em seu sentido original, significa um modo de viver, de pensar, seguido por pessoas (MELO; SD). O próprio cristianismo foi confundido como seita[1]. Foi com o passar dos anos que a expressão «seita» se tornou negativa e ou pejorativa. Portanto, essa expressão fere com sensibilidades.
Entendemos por seita ao grupo doutrinário ou conjunto de pessoas que professam uma crença com mais ou menos obstinação, divergindo da opinião pública ortodoxa, ou seja, daquela que é considerada genuína, verdadeira. Seita é fação, parte, comunidade, fachada, partido.
Estudos feitos apontam que é frequente fazer-se uma certa confusão entre seitas e heresias. Todavia, as heresias nascem do desvio da doutrina, enquanto as seitas nem sempre se desenvolvem a partir de uma fé religiosa e jamais se espalham para fora dos limites de um pequeno núcleo de eleitos.
2.1.1. Aspetos comuns nas seitas
De acordo com o Professor  Rivaldo de Melo, no Manual de Apologética, concluímos que  as seitas possuem algo que atrai as pessoas e quando dentro do movimento são propagadoras fieis de suas “verdades”. Aquele que faz parte de uma seita geralmente é tão convicto que é capaz de dar sua vida pela crença que abraçou.
As seitas têm respostas para todas questões ou fatos não explicados antes. No entanto, quando a seita vai ao encontro com essas questões, dando respostas para tudo e projetando o indivíduo como se de deus se tratasse, passa a haver uma dependência natural e psicológica levando o individuo a investir cada vez mais nos ensinos da seita, trilhando uma entrada sem fim e buscando alguma coisa que jamais irá encontrar.
Reza a historia que em 1978, chocou o mundo o que ocorreu na Guiana Francesa, onde o missionário norte-americano Jim Jones, levou 900 seguidores à morte, todos envenenados após ter anunciado a eles o fim do mundo. Em 1997, uma seita chamada Heaven’s Gate (Portão do Céu), acreditava que seus adeptos seriam
levados para uma outra dimensão por uma nave que surgiria na cauda do cometa Halley Bop. Quarenta pessoas suicidaram esperando o acontecimento. Esse fanatismo e outros traços mostram-nos alguns aspetos comuns dentro da seita.
a)    Alguns desses aspetos são:
       I.       A base de sua crença provém de revelações ou ensinos de seu líder
Embora algumas seitas façam referências à Bíblia, o que realmente tem valor como última palavra de revelação é a do seu líder espiritual. O que também muitas vezes ocorre é a interpretação da Bíblia conforme o seu gosto.
      II.      O adepto é doutrinado a fazer proselitismo condicionado de forma sistemática nas crenças da seita
O adepto da seita aprende suas lições como quem decora uma tabuada. Com suas “convicções” tentam influenciar aqueles que geralmente já professam alguma fé.
      III.      A autoridade ou revelações de seu Líder são inquestionáveis
Os líderes de seitas geralmente são portadores de revelações, incumbidos de missões, revestidos de poder que afirmam ter recebido de algum ser superior e sobre as quais fundam a seita. Essa é primeira “verdade” de qualquer seita.
     IV.     As seitas geralmente são isolacionistas
As seitas preocupam-se muito com as convicções de seus adeptos, mantêm sempre reuniões, encontros, mistérios nas fases de aprendizados, tudo isso para influenciar e manter os adeptos longe do mundo real, a fim de evitar questionamentos do que se está aprendendo.
      V.      As seitas sempre propagam a salvação por méritos humanos
Quer seja através de boas obras, cuidados físicos ou mentais, As seitas ensinam que o homem pode promover sua própria salvação, ou seja: sua salvação depende apenas dos seus próprios atos.
     VI.     Geralmente possuem uma mensagem apocalíptica, profecias falsas
A maioria das seitas tem o seu líder como o último profeta antes do fim. Acham-se detentoras exclusivas das últimas profecias apocalípticas e dizem ter a saída para se evitar os eventos do “apocalipseˮ
     VII.    Eles são sempre os únicos certos
Uma forte característica das seitas é o fato do exclusivismo. Cada uma diz ter a verdade absoluta e o outro está totalmente errado e perdido.
    VIII.    Tendência ao esoterismo
A busca pelo esoterismo (do grego “esoterikós”, que significa conhecimento secreto ao alcance de poucos) tem marcado as seitas. A busca pelo “novo” faz com que o adepto dependa a cada dia mais da seita.
     IX.     O controle do líder sobre os adeptos
A obediência geralmente é cega aos ensinamentos ou ordens do líder. Quando alguns líderes não levam seus adeptos ao fanatismo e loucura, depenam seus bens vivendo enriquecedoramente enquanto seu povo passa necessidades.
      X.      Suas doutrinas são inconstantes, sofrem mutações para atender seus interesses
Não há nenhum problema para as seitas consertarem seus erros. Basta uma nova profecia, e a que existia antes como doutrina é modificada. Se alguma de suas doutrinas entra em choque com padrões atuais qualquer que sejam, de maneira fácil alteram o que antes criam e tudo fica bem.
     XI.     Rejeição ao cristianismo
A rejeição ao cristianismo é marca sempre contundente nas seitas. Mesmo quando fazem uso da Bíblia conseguem usá-la contra as doutrinas essenciais do cristianismo. Há seitas que citam a Bíblia para provar, por exemplo, a reencarnação.
b)   Características de uma seita quanto ao seu comportamento
I. Uma seita mostra-se geralmente organizada;
II. Buscam sempre fazer boas obras;
III. Mostram preocupação com o indivíduo e o social;
IV. Possuem um padrão de ensino ético e sistemático;
V. Fazem referência à Bíblia e até usam-na em seus estudos;
VI. Fazem sempre referência a Jesus como se ele fosse um deles ou precursor de seus ensinos;
VII. Pode possuir ensinos profundos e complicados ou muito simples;
VIII. Pode levar o indivíduo ao voto de pobreza ou a buscar poder;
IX. Pode levar o homem a uma subjetividade da natureza ou elevá-lo a um semideus;
X Pode zelar quanto à ética e moral ou libertinagem e promiscuidade.
1.2. Heresias
“Mas houve também entre o povo falsos profetas, como entre vós haverá falsos mestres, os quais introduzirão encobertamente heresias destruidoras, negando até o Senhor que os resgatou, trazendo sobre si mesmos repentina destruição.” (II Pedro 2:1)
O historiador Flávio Josefo citado por Rivaldo de Melo, usa a palavra hairesis com o sentido de “escola” de pensamento, “doutrina” ou religião, sem conotação pejorativa.  O verbo grego haireo, de onde vem o substantivo em foco, significa “escolher”. Na literatura clássica tem o sentido de escolha filosófica ou política. Mas no novo testamento esta palavra tem o sentido de “dissensão”.
Entendemos heresia como doutrina contraditória aos ensinamentos de Santíssima Trindade (Pai, Filho e Espirito Santo), doutrina extra - Bíblica[2],,ensinamentos que negam orientações Divinas[3], ensinamentos do homem[4] e doutrinas do Demónio[5].
Aquele que propaga, segue ou defende ou pratica doutrina religiosa contrária à verdadeira, blasfemo; herético é herege. E o seu mestre ou fundador denomina-se Heresiarca.
Como vimos nesta secção o conceito de heresia, herege e heresiarca, é momento de discutir o conceito de Heresiologia? Etimologicamente a palavra deriva de heresis (doutrina) e logia (estudo). Chegamos à conclusão de que heresiologia é o estudo da doutrina de propagação de heresias. De acordo com o professor Rivaldo de Melo, heresiologia é o aumento constante das seitas heréticas e a necessidade de conhecê-las para combatermos à luz da Palavra de Deus, justificam o estudo especificamente. A Bíblia além de prevê a existência do falso e do verdadeiro, é o único antídoto contra os falsos ensinamentos[6]. É importante estudar heresiologia? Sim. Pois, ao conhecê-la iremos evitar a proliferação do joio no meio do milho[7].
1.2.1. Principais Seitas Heréticas
Segundo o professor Rivaldo de Melo no seu Manual de Apologética, as principais seitas heréticas conhecidas são:
a) CATOLICISMO ROMANO – O Catolicismo Romano originou-se no ano 323 d.C. quando o Imperador Constantino ao dominar o Império Romano, conseguiu controlar a Igreja politicamente através de Benesses tais como: Ofertas valiosas, construções de templos, liberação de impostos e sustento dos sacerdotes. Passou a ser a religião oficial do império. Muitos se convertiam em apenas por ser a religião do governo, atrás de interesses políticos e sociais.
Principais distorções
I. A leitura da Bíblia é perigosa para os indoutos;
II. Venera e aceita ensinamentos extra-bíblico: a tradição dos ensinos da igreja e
dos concílios;
III. Declara a infabilidade do Papa;
IV. Diz ser Pedro[8] o seu primeiro Papa e fundador;
V. Veneração das relíquias, doutrinas do purgatório, canonização dos santos, e a transubstanciação (mudança de um substância em outra; transformação do pão e do vinho no corpo e sangue de Cristo), sete sacramentos, a confissão auricular, a venda de indulgências, a assunção de Maria, etc.
b) Igreja Universal do Reino de Deus - Fundada por Edir Macedo em 1977 no Brasil. O Ministério Público acusa-a de formação de quadrilha e lavagem de dinheiro[9], enquanto seus fieis acusam-na de falsas promessas. A sua Teologia é da prosperidadade financeira[10] e está centrada em dois eixos: a troca entre oferta e bênção e os descarregos das entidades espirituais negativas.
Principais distrações
I. Exclusivismo salvífico[11];
II.Pratica a simonia[12];
III. Infalibilidade do Bispo Edir Macedo;
IV. Defende o aborto;
V. Crê em possessão demoníaca em crentes;
VI. Pratica a exploração financeira dos seguidores;
VII. Pratica animismo[13] (ponto de contato com a fé);
VIII. Pratica sincretismo[14] com o baixo espiritismo;
IX. Invoca demônios;
X. Prega a maldição hereditária;
c) TESTEMUNHAS DE JEOVÁ - Fundada por Charles Taze Russel, nascido em 1852 na Pensilvânia, nos Estado Unidos, foi membro da Igreja Presbiteriana, Congregacional e Adventista. Compareceu muitas vezes aos tribunais por problemas com a esposa. Seu grupo de estudo recebeu os nomes de: Torre de vigia de Sião, aurora do Milênio, arautos da Presença de Cristo, Sociedade do novo Mundo, Russelitas (MELO, SD).
Principais distrações
I. Tradução adulterada da Bíblia denominada de Novo Mundo;
II. Não crê na trindade, nega que Jesus Cristo seja Deus e que o Espírito Santo não é uma pessoa e sim uma influência apenas;
III. Uns dizem que o inferno é este mundo e outros que é a sepultura;
IV. Dizem que Jesus já veio em 1914, e que serão salvos apenas 1.444.000, que também eram chamados de pequeno rebanho. Hoje o número deles ultrapassa esse número. O que dizer deles?
d) ADVENTISTA DO SÉTIMO DIA - Fundada por Willian Miller, fazendeiro norte-americano, depois de estudar o livro de Daniel, afirmou que Jesus voltaria em 10 de dezembro de 1843. Como não aconteceu, marcou outra data para 22 de outubro de 1844. Muitas pessoas venderam o que possuíam, e dececionadas quiseram linchá-lo (MELO, SD).
Principais distrações
I. Doutrina da expiação;
II. A doutrina do santuário (As 2.300 tardes e manhãs);
III. O Juízo investigativo.
e) MORMONIISMO- Fundada por Joseph Smith Júnior, nascido em 23 de dezembro de 1805 nos Estados Unidos. Diz que Deus e Jesus lhe aparecem e que após um anjo lhe deu livro escrito que o traduziu com dificuldade e que foi publicado com o nome de “THE BOOK OF MORMON”. Em 1830 fundou a Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos dias (MELO, SD).
Principais distrações
I. Eleva o homem ao nível de Deus e rebaixa Deus ao nível do homem[15];
II. A salvação vem pela obras[16], isto é, obediência ao seu livro;
III. Afirme que depois das ressurreição, Jesus foi à América do Norte;
IV. Aceita e pratica a poligamia, afirma que Jesus foi polígamo. Dizem que Maria, Marta e Maria Madalena eram algumas de suas esposas. Que o casamento de Caná da Galiléia era dele próprio;
V. A Bíblia já não é mais um Livro Sagrado. Porém, o único livro Sagrado é o das profecias do Mórmon.
f) ESPIRITISMO
O Espiritismo remota aos tempos mais antigos da humanidade. Dele tomamos conhecimento através dos escritos da bíblia. Como advertência dos profetas de Deus para que não nos envolvamos com esta prática, pois ela está em confronto com a palavra de Deus. Os povos que adoravam a deuses estranhos e que seguiam aos ensinos dados por Deus, eram usuários deste costume. Foi para que os adoradores do verdadeiro Deus não se envolvessem com eles[17].
O espiritismo é uma das heresias que mais cresce no mundo de hoje e está enraizada em quase todas as religiões, principalmente naquelas enraizadas com a Nova Era. O espiritismo é o mais antigo engano religioso que já surgiu.
A doutrina espírita acerca de Deus é ambígua, ora assumindo aspetos deístas, ora aspetos panteístas, ora confundindo-se com a doutrina de Deus do Cristianismo histórico (Melo, SD).
A questão que não calamos ao espiritismo é se os vivos podem ou não se comunicar com os mortos? Somente a Sagrada Escritura pode responder a esta questão. No livro de Lucas a parábola do rico e Lázaro[18] ajuda a decifrar essa dúvida. Nesse livro, a passagem apesar de se tratar de uma outra verdade, vemos implícito no texto que os mortos não podem e não tem permissão para se comunicar com os vivos, essa parábola trata de um ensinamento que o Judeu exclusivista não tinha parte com Deus. mas de uma forma (não muito clara) podemos perceber que de forma alguma um morto pode se comunicar com um vivo.
Não encontramos em nenhum lugar das escrituras um só indício que o homem, em seu estado atual, possa ter qualquer tipo de relação com os espíritos dos mortos. Pelo contrário como vimos o Senhor tem “A chave da morte e do inferno” ( Apc 1:18), como vimos inferno que significa sepultura sendo somente Ele tem poder para fazer sair dali os mortos, o que Ele fará em duas únicas ocasiões, ou seja, na primeira ressurreição para os santos (I Tess 4:16) e na segunda ressurreição do juízo para os perversos (Jo 5:29).
Enquanto aguardamos esse evento, os espíritos dos crentes que já morreram estão guardados inconscientes para o dia da primeira ou para o dia da segunda ressurreição,(Hb 9:27; Ec 9:10), tanto justos como injustos estão “na sepultura e não há ali obras, nem planos e nem sabedoria”.
Por isso não se pode acreditar que espíritos de mortos possa se comunicar com alguém vivo, sendo que este esta em profundo sono.(Jo 11: 11-14).  Se não resta dúvida que no espiritismo entra-se em contato com poderes sobrenaturais, com espíritos e forças extra-humanas, extraterrenas, capazes de manifestações surpreendentes, e se estes espíritos, segundo os ensinos das Escrituras, não pertencem aos mortos, então quem são eles? Qual é sua historia? Qual sua missão? Onde habitam?
Quem são eles?
De acordo com o professor Rivaldo de Melo na sua obra intitulada Manual de Apologética diz que
A bíblia nos fala dos seres espirituais invisíveis aos homens, que algumas vezes se materializam e exercem poderes sobrenaturais. Tais forças espirituais compõem duas classes: a de seres bons, chamados de anjos a quem Deus usa para proteção e auxilio ao homem, e a de seres maus, que assim se tornaram, porque voluntariamente se afastaram do plano original de Deus e tomaram parte no movimento de rebelião contra o governo de Deus, os chamados “Demônios”.

Os anjos são seres espirituais criados por Deus, conforme está escrito: “porque nele foram criadas todas as coisas que há no céu e na terra, visíveis e invisíveis, sejam tronos, sejam dominações, sejam principados, sejam potestades. Tudo foi criado por Ele e para Ele.” (Cl 1:16). Mas ainda, as escrituras afirmam que os anjos são uma ordem de seres mais elevada que os homens: “Pois pouco menor o fizeste do que os anjos, e de gloria e de honra o coroaste.” (Sl 8:5).
Qual sua missão?
Sabemos existir duas categorias de anjos: os bons e aqueles que se tornaram maus. Os bons tem como missão sempre beneficiar o homem. São chamados na bíblia “espíritos ministradores ou mensageiros.”
Deus os envia para socorrer a humanidade em diferentes circunstancias da vida. Anjos tem agido de forma maravilhosa em diferentes ocasiões, algumas vezes assumindo a forma humana, afim de proteger à crianças e adultos. As escrituras contem diversas historias de tais ocasiões.
Se os espíritos não são os mortos que voltam, podem ser os anjos bons? A resposta é definitivamente não, pela simples razão de que os espíritos que aparecem nas sessões são impostores. Afirmam ser os espíritos dos seres humanos mortos, dizendo isto proferem falsidade. Consequentemente, não.
A única coisa que nos resta é identificar tais espíritos com as potências do mal, as quais Paulo chama “Hostes espirituais da maldade.” Mas de onde vem? Quem as criou? Pode um Deus perfeito e perfeitamente bom criar seres vis e enganadores?
Qual a sua historia? (a origem do mal)
O homem foi criado “ à sua imagem, conforme a sua semelhança” (Gn 1:26-27 ). Deu também ao homem livre arbítrio. Ou seja, a capacidade de resolução que depende só da sua vontade. Colocou a teste sua obediência quando disse: “ de toda árvore do jardim comeras livremente, mas da árvore do conhecimento do bem e do mal, dela não comerás; porque no dia em que dela comeres, certamente morrerás.” (GN 2:16-17). O homem desobedeceu a Deus[19] e começou toda a sua desgraça.
Esta foi a história do pecado, a origem do pecado entre os homens. E a origem do mal? Onde teve seu principio? Foi com a queda do homem? Certamente que não. Sua origem se deu muito antes da criação do homem. Deus jamais criou um diabo ou demônios. Mas criou seres perfeitos[20] e bons, com direito de livre escolha.
Deus criou um ser de exaltada beleza[21], de absoluta perfeição, de maravilhoso poder. Mas a inveja, o orgulho e a ambição egoística corromperam sua santidade.
O anjo Lucífero  foi criado perfeitamente (lindo e sábio) todavia, a soberba e a ambição o corromperam. Quis ser semelhante a Deus. Ao iniciar a rebelião contra Deus, foi aviltado e expulso de sua magnifica morada, arrastando, em sua queda, importante contingente da hoste celestial que conseguira enganar. Percebemos da Bíblia que a origem do mal foi a soberba, ambição, ódio do Lucífero e incessante luta em tentar ser como Deus.
Concluímos que são eles que estão por trás do espiritismo, o diabo e seus demónios caídos!
Onde habitam?
E houve batalha no céu; Miguel e os seus anjos batalhavam contra o dragão, e batalhavam o dragão e os seus anjos; mas não prevaleceram, nem mais o seu lugar se achou nos céus. E foi precipitado o grande dragão, a antiga serpente, chamada o diabo, e satanás, que engana todo mundo; ele foi precipitado na terra, e seus anjos foram lançados com ele ( AP 12: 7-9).
Síntese  
As forças misteriosas que produzem as estranhas manifestações sobrenaturais nas sessões se distingue por três características, e a Bíblia as atribui a Satanás e seus anjos- os demônios:
Ø  São seres espirituais invisíveis, e só ocasionalmente se materializam, numa forma enganadora;
Ø  São mentirosos, impostores, pois se declaram espíritos de mortos, ao passo que a bíblia afirma que os mortos não podem comunicar-se com os vivos e vice-versa;
Desde que lançado fora do Céu com seus anjos, o principal objetivo de sua existência tem sido enganar, seduzir, impelir os homens para a ruína, e opor-se a toda verdade com respeito a sua própria natureza e a natureza de Deus. Os espíritos nas sessões mostram-se impostores porque declaram falsas identidades.
Dizem as escrituras que satanás e seus espíritos malignos agem “com todo o poder, e sinais e prodígios de mentira.” O Livro profético do Novo Testamento acrescenta: “E faz grandes sinais, de maneira que até fogo faz descer do céu á terra, á vista dos homens. E enganam os que habitam na terra com sinais que lhe foi permitido que fizesse.” (AP 13:13-14 ).
O Filho do Homem disse: “Porque surgirão falsos cristos e falsos profetas, e farão tão grandes sinais e prodígios que, se possível fora, enganariam até os escolhidos.”(MT 24:24).
O espiritismo encontra terreno fértil em Moçambique, onde encontramos diversas manifestações tanto de seitas espiritas quanto de nyangas[22] que se julgam comunicar-se com espíritos dos mortos. Os fies a estas práticas gastam avultadas somas de dinheiro nas consultas e tratamentos de doenças que não curam. Frequentemente fazem cerimónias e sacrificam casal de galinhas, cabritos e vacas para oferecer seu aos defuntos em troca de prosperidade, paz, purificar-se da morte e afastá-la de sua família. Nesse pacto com o espiritismo acabam vendendo sua alma ao Satã. São enganados por ele (Satã) e conduzidos ao hades[23].
O espiritismo tem origem satânica, e sua prática não somente engana os homens, afastando-os do único caminho da salvação mediante o evangelho mas frequentemente perturba a alma, confundem as faculdades mentais e precipita o ser humano numa escravizante dependência de demónios, levando à desorientação e ao desespero, é por isto que a Bíblia condena o espiritismo.
2.3. Mercado Religioso


O termo mercado se refere à área onde são realizadas transações econômicas, isto é, uma troca de bens e serviços entre particulares, empresas ou outro tipo de organização[24]. Concluímos que a existência do mercado é de grande importância no desenvolvimento da economia, da sociedade e das instituições, além de ser a principal atividade econômica do homem. Na verdade, um indivíduo sozinho é incapaz de cobrir com suas necessidades, por isso interage com os outros a fim de compartilhar o que tem em abundância por aquilo que carece. Segundo o site https://conceitos.com/mercado:
A economia clássica se distingue entre dois tipos de circunstâncias para os mercados: os perfeitamente competitivos e os imperfeitamente. Os mercados perfeitamente competitivos são aqueles em que o número de ofertas torna impossível que apenas uma delas tenha interferência no preço dos bens e serviços comercializados, não é preciso dizer que esta circunstância é ideal neste ponto de vista. Por outro lado, um mercado imperfeitamente competitivo é aquele em que existem oligopólios ou número reduzido de bens e serviços. Neste caso, são formadores de preço por não ter nenhuma concorrência.
2.3.1. Teoria de Mercado Religioso
A Teoria de Mercado Religioso teve seu início no livro V, capítulo I, terceira parte, artigo terceiro do livro «A Riqueza das Nações» do pai de economia Adam Smith. Esse capítulo  trata do modo de financiamento das organizações religiosas.
O clássico Adam Smith considerou duas formas de obtenção de recursos financeiros para sustento de religiosos. Uma, por meio da contribuição voluntária, não compulsionária, de seus fies, e a outra pela sua transformação de pregadores em servidores de Estado, com direito a um salário, remuneração ou estipêndio pago em dinheiro oriundo dos impostos.  
Segundo Oliveira & Neto (2014) o zelo e empenho dos religiosos não apoiados por fundos públicos, relativamente aos clérigos apoiados pelo Estado, seriam provavelmente muito maiores, já que estes últimos se entregariam à indolência, não se esforçando por atrair novos seguidores para as suas igrejas.
A prestação de um serviço de baixa qualidade, ou realizado com baixa produtividade, realizado por clérigos pagos pelo Estado, ainda teria como explicação, o facto de que esses homens teriam perdido as virtudes originais de que lhes tinham permitido ser bem-sucedidos, inicialmente, no mercado religioso.
Desta forma é evidente que não seria de estranhar, que a atitude dos clérigos de religiões estabelecidas pelo Estado quando ameaçados, de um modo ou de outro, em sua posição, no mercado religioso, por concorrentes produtivos, ávidos e dispostos a oferecer bens e serviços religiosos de alta qualidade, demandados pelos consumidores, seria apelar a intervenção do Governo (OLIVEIRA & NETO, 2014: P. 4).
De acordo com Iannaccone citado por Oliveira & Neto (2014), como no mercado religioso não existiriam barreiras naturais ou tecnológicas à entrada de outros concorrentes, a repreensão estatal seria a alternativa utilizada pelas religiões estabelecidas. Quando confrontadas em sua doutrina pelas novas competidoras, para tentar impedir o avanço destas, as religiões estatais lançariam mão do recurso de acusar as novas religiões de perturbar a ordem e tranquilidade públicas. Reza a Historia que estes fenómenos foram observados vezes sem conta antes e depois da Reforma Religiosa.
2.3.2. Religião e Consumo
Antes, a religião e o consumo não se misturavam e o sagrado ocupava um lugar central na vida da maioria das pessoas. No entanto, na contemporaneidade esta posição do sagrado sofreu um deslocamento descrito assim por Bauman citado por Moreira (2011, P. 5):
Esse é o maior desafio que o ‘sagrado’ já enfrentou ao longo de sua história. Não que agora nos consideremos autossuficientes e onipotentes, tendo deixado de lado os sentimentos de inadequação, desamparo e falta de recursos (não nos livramos dos sentimentos que Kolakowsky apontou como fontes da emoção religiosa).
Os homens desvalorizam o sagrado por ganância, egoísmo, sobretudo por estarem a mando do Lucífero[25]. Todavia, o sagrado jamais deixou de ser sagrado, pois continua com o mesmo valor de sagrado. Aquele que busca ao Senhor[26] reserva o devido lugar ao sagrado e o que busca extorquir dinheiro aos fieis com (teatros de cura e espiritismo) não é de Deus[27].
Se antes o que se pretendia alcançar com a religião era o paraíso pós-morte, hoje já não cabe mais esperar a recompensa futura. “As pontes que ligam a vida mortal à eternidade, laboriosamente construída durante milênios, caíram em desuso” (BAUMAN citado por MORREIRA 2011 P. 5). O imediatismo e o individualismo, valores tão cultuados na contemporaneidade, fazem com que grande parte das pessoas deseje que o paraíso seja mais facilmente alcançável.
Ao se estabelecer o estreitamento da relação entre religião e consumo, com a consequente mercantilização do sagrado, as igrejas, em especial as neopentecostais, passaram a se pautar pelas estratégias de comunicação e marketing. Neste contexto, a mídia assumiu um papel preponderante na relação entre as instituições religiosas e a opinião pública.
O pluralismo religioso e a variedade de concorrentes no mercado criam um ambiente propício e, ao mesmo tempo, necessário para o aparecimento de técnicas de marketing, visando conquistar e manter fiéis, ampliando a diversificação de produtos e serviços religiosos, com o firme propósito de atender a demanda do mercado religioso. É como se fosse um “supermercado da fé”(REFKALEFSKY citado por MORREIRA, 2011 P. 6).
Com a globalização[28] os sistemas explicativos da realidade, religiosa estão concorrendo uns com os outros pela hegemonia da explicação, sem a presença do mediador coercitivo que defina o melhor ou qual deve ser escolhido.
As religiões serão, então, verdadeiras agências religiosas negociando a colocação de seu produto em campo. Essa disputa (concorrência), pode levar a uma autofagia em que um, na tentativa de avançar, destrói o outro e vice-versa. Isto está mais visível nas campanhas de marketing da IURD que por vezes mancha a imagem de outras seitas similares (do neopentecostalismo brasileiro) principalmente na cidade de Maputo.
2.3.3. Comunicação e Marketing

Segundo Berger citado por Morreira, o protótipo histórico da alteração é a conversão religiosa. E para que ela seja bem sucedida, é preciso que a pessoa convertida mantenha os laços com a ecclesia, em outras palavras, é necessário que ela se torne membro efetivo da comunidade religiosa. Com a mediação dos meios de comunicação de massa essa tarefa de conversão de almas se tornou mais plausível.
O rádio foi o veículo utilizado por maior parte das igrejas neopentecostais, como instrumento de conversão e evangelização de fiéis. Principalmente a partir da década de 80, há uma proliferação das estações de rádio pertencentes a grupos evangélicos neopentecostais, que até hoje fazem uso deste veículo para conquistar novos adeptos.
A própria Igreja Católica, que resistiu (por muito tempo) à utilização dos meios de comunicação de massa - por considerá-los desagregadores das famílias cristãs entrou nesse processo, ainda que tardiamente.
Na tentativa de fidelizar seus adeptos contra as igrejas reformadas e neopentecostais, a Igreja Católica dispõe de meios de comunicação de massa tais como: TVs Rede Vida e Canção Nova, ligadas à Igreja e, a exemplo das grandes corporações, possui até um departamento para cuidar se sua imagem institucional: o Instituto Brasileiro de Marketing Católico.
Na verdade, teologia e marketing já há algum tempo andam de mãos dadas. O fenômeno mítico religioso não é suscitado pelo poder dos conteúdos, mas sim por uma lógica mercantil, profético-moralista e escatológica, que troca o antigo bem ético pelo bem estar individualista, associando salvação a consumo (SODRÉ, 2006, p.2).
Congregações religiosas mais tradicionalistas, como a Assembleia de Deus que resistiu aos meios de comunicação de massa por muito tempo, hoje já os utilizam visando manter seus fiéis, até porque o trânsito religioso entre as igrejas evangélicas é muito intenso. Atualmente, esta igreja possui um canal de TV através do qual pratica o televangelismo, um eficiente instrumento de conversão, portal na internet e participa das redes sociais.
Já outras congregações religiosas que surgiram mais recentemente só ganharam visibilidade por terem um trabalho efetivo através dos meios de comunicação de massa. Mas indiscutivelmente a que mais se utiliza das ferramentas de comunicação e marketing é a IURD. Ela é a que mais cresce – e aparece – em Moçambique, além de estar presente em 172 países.
Em artigo publicado por ocasião dos 2000 anos de Cristianismo, sob o título “O Boom Pentecostal” (ISTO É, edição 1269, dezembro de 2000), Ricardo Mariano explica assim a fórmula do sucesso das igrejas pentecostais, referindo-se principalmente à Universal:
Para ofertar seus serviços mágico-religiosos, a Igreja faz uso de rádio e tevê e de técnicas de marketing, de forma a maximizar a atração de novas clientelas. Soma-se a isso a gestão empresarial dos bens de salvação e da administração eclesiástica ... Na esteira do “lobby da batina”, instrumentaliza sua atuação na esfera pública para reforçar seu desempenho no mercado religioso, e vice-versa (ROMANO, 2000, p.26).
Refkalefsky (2006, p.7) entra em harmonia com Romano e completa:
Lançando mão da tecnologia disponível, as igrejas da pós-modernidade têm usado estrategicamente os meios de comunicação de massa, e através deles, reúnem em suas dependências jovens, excluídos ou emergentes, (dependendo do público alvo da igreja). E a eles asseguram a vitória em meio às tribulações, pregam a prosperidade em tempos de crise e arrebanham para suas fileiras estas pessoas que buscam ansiosamente o sucesso e a solução imediata de seus problemas ou de suas exclusões sociais, quando puderem adentrar novos céus, aqui na Terra.
Há maior parte de adeptos das igrejas neopentecostais[29] não buscam a salvação da sua alma após a morte, isto é, não busca o paraíso eterno mas sim, a resolução dos problemas financeiros e cura de doenças. A doutrina dos mestres neopentecostais contradiz com a doutrina pregada pelo Mestre Jesus Cristo. Pois, o Senhor não pregava a doutrina da prosperidade financeira mas sim a doutrina de vida eterna. Duvidamos se a IURD pudesse receber no seu templo um bastardo sem poder de dizimar.
Antes os fieis do protestantismo clássico levavam a Bíblia nas mãos para a participação nos cultos e escolas dominicais. Porém, hoje os adeptos do neopentecostalismo pautam pelas estratégias de marketing, oferecem produtos diversificados conforme o público-alvo que pretendem atingir. Sendo-lhes, portanto, táticas de mais-valia os shows a play back, gravadoras, produtoras de vídeo e, sobretudo estações de rádio e de TV.
2.3.4. Venda de Indulgências

A indulgência é relacionada com a clemência, tolerância e perdão, pois todas essas qualidades derivam a partir do ato de absolver alguém de um castigo ou uma punição. Etimologicamente, o termo indulgência deriva do latim indulgentia, que significa “bondade”, “para ser gentil” ou “perdão de uma pena”.
A indulgência é uma qualidade humana bastante louvável, pois representa a bondade e a capacidade de ser tolerante perante às ações ou particularidades das outras pessoas. No âmbito religioso, nomeadamente na doutrina Católica Apostólica Romana, a indulgência é a remissão dos pecados e castigos cometidos por um indivíduo, cuja culpa já tenha sido perdoada pela igreja, através da misericórdia.
Acreditamos que o clero fez acreditar os fies que Cristo em pessoa, a Virgem Maria e muitos santos tivessem ganhado, durante sua vida, um surplus de mérito que poderia ser distribuído entre os cristãos menos praticantes da fé e que haviam, ao contrário deles, acumulado um déficit em razão dos pecados cometidos, e, para expiá-los, deveriam passar um longo período de tempo no Purgatório. Segundo David Christie-Murray, 1998, p. 169 citado por Jacopo Fo, Tomat et al,
Os papas, depositários, através de Pedro, das chaves da Igreja, tinham acesso a esse tesouro e podiam estendê-lo aos pecadores que precisassem de uma diminuição na pena. Estes podiam, assim, privar-se de parte das riquezas acumuladas durante a vida terrena e receber em troca a riqueza espiritual dos santos. Mesmo não sendo possível comprar a salvação, podia-se, no entanto, pagar pela remissão (mesmo total) da pena.
O auge dessa prática se deu durante o pontificado de João de Mediei, o Leão X (1513-1521), que lançou uma aberta política de venda de indulgências. Verdadeiros mascates percorreram a Europa vendendo "cartas de indulgência", quase bônus-Paraíso, que podiam ser comprados sem maiores formalidades, mas desconcertando muitos crentes genuínos.
Em 1517, foi divulgada a Taxa Camarae, uma lista das indulgências previstas para os vários pecados, com um tarifário a elas referentes (Jacopo Fo, Tomat et al), reportado a seguir:
a.    O eclesiástico que incorrer em pecado carnal, seja com freiras, primas, sobrinhas, afilhadas ou, enfim, com outra mulher qualquer, será absolvido mediante o pagamento de 67 libras e 12 soldos.
b.    Se o eclesiástico, além do pecado de fornicação, pedir para ser absolvido do pecado contra a natureza ou de bestialidade, deverá pagar 219 libras e 15 soldos. Mas se tiver cometido pecado contra a natureza com crianças ou animais, e não com uma mulher, pagará apenas 131 libras e 15 soldos.
c.    O sacerdote que deflorar uma virgem pagará 2 libras e 8 soldos.
d.    A religiosa que quiser ser abadessa após ter se entregado a um ou mais homens simultânea ou sucessivamente, dentro ou fora do convento, pagará 131 libras e 15 soldos.
e.    Os sacerdotes que quiserem viver em concubinato com seus parentes pagarão 76 libras e 1 soldo.
f.     Para cada pecado de luxúria cometido por um leigo, a absolvição custará 27 libras e 1 soldo.
g.    A mulher adúltera que pedir a absolvição para se ver livre de qualquer processo e ser dispensada para continuar com a relação ilícita pagará ao papa 87 libras e 3 soldos. Em um caso análogo, o marido pagará o mesmo montante; se tiverem cometido incesto com o próprio filho, acrescentar-se-ão 6 libras pela consciência.
h.    A absolvição e a certeza de não ser perseguido por crime de roubo, furto ou incêndio custarão ao culpado 131 libras e 7 soldos.
i.      A absolvição de homicídio simples cometido contra a pessoa de um leigo custará 15 libras, 4 soldos e 3 denários.
j.      Se o assassino tiver matado dois ou mais homens em um único dia, pagará como se tivesse assassinado um só.
k.    O marido que infligir maus-tratos à mulher pagará às caixas da chancelaria 3 libras e 4 soldos; se a mulher for morta, pagará 17 libras e 15 soldos; e se a tiver matado para se casar com outra, pagará mais 32 libras e 9 soldos. Quem tiver ajudado o marido a perpetrar o crime será absolvido mediante o pagamento de 2 libras por cabeça.
l.      Quem afogar o próprio filho pagará 17 libras e 15 soldos (ou seja, 2 libras a mais que aquele que matar um desconhecido), e se pai e mãe o tiverem matado de comum acordo, pagarão 27 libras e 1 soldo pela absolvição.
m.   A mulher que destruir o filho que carrega no ventre e o pai que contribuir para a realização do crime pagarão 17 libras e 15 soldos cada. Aquele que facilitar o aborto de uma criatura que não for seu filho pagará 1 libra a menos.
n.    Pelo assassinato de um irmão, uma irmã, mãe ou pai, pagar-se-ão 17 libras e 5 soldos.
o.    Aquele que matar um bispo ou prelado de hierarquia superior pagará 131 libras, 14 soldos e 6 denários.
p.    Se o assassino tiver matado mais sacerdotes em várias ocasiões pagará 137 libras e 6 soldos pelo primeiro homicídio e a metade pelos seguintes.
q.    O bispo ou abade que cometer homicídio por emboscada, acidente ou estado de necessidade pagará, para conseguir a absolvição, 179 libras e 14 soldos.
r.     Aquele que quiser comprar antecipadamente a absolvição por qualquer homicídio acidental que possa vir a cometer no futuro pagará 168 libras e 15 soldos.
s.    O herege que se converter pagará, pela absolvição, 269 libras. O filho do herege que tiver sido queimado, enforcado ou executado de qualquer outra forma poderá ser readmitido apenas mediante o pagamento de 218 libras, 16 soldos e 9 denários.
t.      O eclesiástico que, não podendo pagar os próprios débitos, quiser se livrar de ser processado pelos credores entregará ao pontífice 17 libras, 8 soldos e 6 denários, e a dívida lhe será perdoada.
u.    Será concedida a licença para a instalação de postos de venda de vários gêneros sob os pórticos das igrejas mediante o pagamento de 45 libras, 19 soldos e 3 denários.
v.    O delito de contrabando e fraude aos direitos do príncipe custará 87 libras e 3 denários.
w.   A cidade que quiser que seus habitantes ou sacerdotes, freis ou monjas obtenham licença para comer carne e laticínio em épocas em que é proibido pagará 781 libras e 10 soldos.
x.    O mosteiro que quiser variar a regra e viver com menos abstinência do que a prescrita pagará 146 libras e 5 soldos.
y.    O frade que, por conveniência própria ou gosto, quiser passar a vida em um ermitério com uma mulher dará ao tesouro pontifício 45 libras e 19 soldos.
z.    O apóstata vagabundo que quiser viver sem obstáculos pagará igual quantia pela absolvição.
aa. Igual montante pagarão os religiosos, sejam eles seculares ou regulares, que queiram viajar em trajes de leigo.
bb. O filho bastardo de um sacerdote que queira preferência para suceder o pai na cúria pagará 27 libras e 1 soldo.
cc.  O bastardo que queira receber ordens sagradas e gozar de seus benefícios pagará 15 libras, 18 soldos e 6 denários.
dd. O filho de pais desconhecidos que queira entrar para as ordens pagará ao tesouro pontifício 27 libras e 1 soldo.
ee. Os leigos feios ou deformados que queiram receber ordenamentos sagrados e ter benefícios pagarão à chancelaria apostólica 58 libras e 2 soldos.
ff.    Igual quantia pagará o vesgo do olho direito, enquanto o vesgo do olho esquerdo pagará ao papa 10 libras e 7 soldos. Os estrábicos bilaterais pagarão 45 libras e 3 soldos.
gg. Os eunucos que queiram entrar para as ordens pagarão a quantia de 310 libras e 15 soldos.
hh.Aquele que, por simonia, queira comprar um ou muitos benefícios se dirigirá aos tesoureiros do papa, que lhe venderão os direitos a preços módicos.
ii.    Aquele que, tendo descumprido um juramento, queira evitar qualquer perseguição e se livrar de qualquer tipo de infâmia pagará ao papa 131 libras e 15 soldos. Além disso, dará 3 libras para cada um que ouviu o juramento.
Não havia crime, nem o mais cruel, que não pudesse ser perdoado mediante pagamento. Naqueles anos, o dominicano Tetzel percorreu a Alemanha vendendo cartas de indulgência. Mais tarde, Lutero citado por Jacopo Fo, Tomat et al, descreveria sua obra da seguinte forma:
Seus poderes e graça foram ampliados de tal forma pelo papa que, se alguém violasse ou engravidasse a Virgem Maria, ele teria perdoado aquele pecado assim que uma quantia de dinheiro suficiente fosse colocada em sua bolsa... Ele redimiu mais almas com as indulgências do que São Pedro com seus sermões; quando era colocado em sua bolsa um dinheiro pelo Purgatório... a alma se elevava imediatamente para o Paraíso; não havia necessidade de comprovar dor ou arrependimento por um pecado se era possível comprar indulgências ou cartas de indulgência. Tetzel vendia até o direito de poder pecar no futuro... qualquer coisa era garantida em troca de dinheiro.
A venda de indulgências era apenas a ponta do iceberg de um fenômeno geral de corrupção na Igreja Católica Apostólica Romana. Os altos prelados acumulavam mais encargos e as relativas prebendas. Os bispos não residiam nas sedes a eles designadas: por exemplo, um nobre de Ferrara podia ser nomeado arcebispo na Hungria e nunca sair de sua casa, limitando-se a receber o dízimo dos fiéis de cujas almas devia cuidar.
2.3.5. Venda de Indulgências na Modernidade

Na idade média o grande problema do homem era a questão do pecado, a  Igreja Católica Apostólica Romana resolveu esta questão com a venda de indulgência, arrecadando monstruosas fortunas para os seus cofres e para os cofres de pessoas que se associaram a esta prática perversa. 
O grande problema do homem no século XXI continua sendo o pecado, com a predominância da ganância e materialismo, consciente disto, líderes evangélicos e neopentecostais inventaram uma fórmula mágica para se enriquecerem, a "Teologia da Prosperidade", que nada mais é do que a venda de indulgência. A prática é nova mas a fórmula é velha e começou com a Igreja Católica Apostólica Romana, com a diferença de que aquela vendia o perdão dos pecados e estes vendem o acesso à "prosperidade divina" (MOLLEIRO; SD).
Apegam-se a textos bíblicos fora do contexto geral das escrituras e afirmam que a única forma de se ser abençoado financeiramente é através do "pagamento a Deus" de ofertas e dízimos. É a questão da semente, se não se semeia não se colhe?
Os dízimos e ofertas são parte da adoração a Deus e para custear[30] as despesas da igreja como pagamento de pastores, obra missionária, construção de templos etc. Nunca, de forma alguma a bênção financeira concedida por Deus está condicionada às ofertas financeiras.
Perguntamos qual foi a motivação de Abel ao oferecer a sua oferta a Deus? Será que foi para crescer o seu rebanho e ele se tornar um grande fazendeiro? Na cabeça hipócrita de muitos líderes da Teologia da Prosperidade com certeza a motivação de Abel era: "sacrifico um cordeiro para ganhar mil cordeiros". Mas com certeza o ato do Abel ao sacrificar o primogênito dos seus cordeiros foi de profunda adoração e culto a Deus. 
Abraão deu dízimos para ser abençoado ou Abraão já estava abençoado quando deu os dízimos a Melquisedeque[31]. O contexto bíblico mostra Abraão riquíssimo porque Deus o abençoara, muito antes dele dar os dízimos. Não dissemos de forma alguma que não se deve dar os dízimos e oferta ou que dar dízimos e ofertas não é uma doutrina bíblica, estamos dizendo que se alguém faz isto para ser abençoado financeiramente não encontra respaldo teológico, dízimos e ofertas estão relacionados ao nosso culto a Deus, à nossa adoração, nunca com a obtenção de lucros pecuniários de Deus[32].
Mas diria alguém: e Malaquias e a semente que o apóstolo Paulo falou.
O contexto em Malaquias[33] nos mostra o culto a Deus desprezado e a falta de restauração do templo, depois Deus fala do dízimo, isto significa que a bênção de Deus é o resultado do culto e adoração a Deus, com a implicância que isto envolve como a obediência aos seus mandamentos e um coração voltado para ELE. E a semente de Paulo: A semente foi para matar a fome dos cristão pobres de Israel.
Principais indulgências modernas comercializadas pelos neopentecostais: Sabonetes; toalhas; vassouras; água; fogueira santa; entre outras indulgências.  O que queremos alertar aos adeptos destas seitas é:
"E simão, vendo que pela imposição das mãos dos apóstolos era dado o Espirito Santo, lhes ofereceu dinheiro, dizendo: Dai-me também a mim esse poder, para que aquele sobre quem eu puser as mãos receba o Espirito Santo. Mas disse-lhe Pedro: O teu dinheiro seja contigo para perdição, pois cuidaste que o dom de Deus se alcança por dinheiro. Tu não tens parte nem sorte nesta palavra, porque o teu coração não é reto diante de Deus. Arrepende-te, pois, dessa tua iniquidade, e ora a Deus, para que porventura te seja perdoado o pensamento do teu coração" (Atos 8:18-22).

CONCLUSÃO
As seitas religiosas possuem algo que atrai as pessoas e quando dentro do movimento são propagadoras fieis de suas “verdades”. Os seus fieis geralmente são tão convictos que são capazes de dar a vida pela crença que abraçaram. Estes grupos têm respostas para todas questões ou fatos não explicados. No entanto, quando vão ao encontro com essas questões, dando respostas para tudo e projetando o indivíduo como se de deus se tratasse, passa a haver uma dependência natural e psicológica levando o individuo a investir cada vez mais nos ensinos da seita, trilhando uma entrada sem fim e buscando alguma coisa que jamais irá encontrar. Além de gastar elevadas somas em dinheiro para dízimos e ofertórios.
As seitas acrescentam algo a mais e não vê somente na doutrina bíblica a autoridade eclesiástica. Isto é, os escritos[34] dos seus líderes estão acima da Bíblia Sagrada.  E se guião mais por esses ensinamentos. Também, subtraem na Bíblia e na pessoa de Jesus Cristo a parte divina[35].  É preciso antes de lidar com alguém pertencente a uma seita, estar fortemente capacitado sob risco de ser convencido e cair em heresias.
As seitas religiosas abandonam o sagrado e confundem a mente dos seus adeptos para estes, inocentes, pagarem elevadíssimas somas de dinheiro em ofertórios e dízimos pensando que estão se salvando ou comprando cura espiritual. Esta doutrina de prosperidade e/ou venda de indulgências foi repudiada pelos apóstolos, quando Simon quis comprar o Dom de Espirito Santo por dinheiro.
O verdadeiro cristão deve saber dar ao César o que é do César e dar ao Deus o que é de Deus (Mc 12,13-17). Deus não precisa de dinheiro de ninguém. Porém, a décima parte dos rendimentos do homem deve ser canalizada para pagamento de despesas da igreja e sustento de missionários e pastores à cargo da igreja que não realizam trabalhos pessoais. Estão empenhados em trabalhos eclesiásticos. Antes este serviço estava à cargo da tribo de Levi.
«E entrou Jesus no templo de Deus, e expulsou todos os que vendiam e compravam no templo, e derrubou as mesas dos cambistas e as cadeiras dos que vendiam pombas; E disse-lhes: Está escrito: A minha casa será chamada casa de oração; mas vós a tendes convertido em covil de ladrões» (Mateus 21:12-13).
Esta citação de Mateus 21:12-13 deixa claro que o templo foi criado pura simplesmente para adorar ao Senhor. É proibido vender no templo de Deus seja qual for a peça. No templo da IURD vende-se gravatas de sorte; chaves que abrem portas de emprego; sabonetes que dão cura espiritual; vassouras que varem pecados; óleo de Israel; etc. À estas práticas denominamos venda de indulgências modernas.
"Vós já estais limpos pela palavra que vos tenho falado" (João 15:3). Isto quer dizer que dispensamos atar laços vermelhos nos pulsos; levar água na garrafa para igreja para obter bênção; comprar sabonetes e perfumes que limpam pecados; entre outras práticas abomináveis diante de Deus. Lembre-se sempre o Senhor é o Alfa e o Omega, o Primeiro e o Derradeiro, o Princípio e o Fim (Apocalipse 22:13).
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
     1        ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6022: Informação e documentação – Artigo em publicação periódica científica impressa - Apresentação. Rio de Janeiro: ABNT, 2003;
     2        BENEDETTI, L. R. O “novo clero”: arcaico ou moderno? Revista Eclesiástica Brasileira, Petrópolis, p. 88-126, 1999;
     3        BERGER, Peter. O Dossel Sagrado: Elementos para uma teoria sociológica da religião. São Paulo: Paulus, 1985.
     4        Bíblia Sagrada;
     5        BONFATTI, Paulo. A expressão popular do sagrado: uma análise psicoantropológica da IURD. São Paulo: Edições Paulinas, 2000.
     6        CARVALHO, J. J. Características do fenômeno religioso na sociedade contemporânea. In: BINGUEMER, M. C. L. (Org.). O impacto da modernidade sobre a religião. São Paulo: Loyola, 1992. p. 133-160.
     7        CRAING, Wiliam Lane. Apologética Contemporânea. A Veracidade da Fé Crista. 2Ed. São Paulo. Vida Nova. 2012;
     8        FO, Jacopo; Tomat, Sergio; Malucelli, Laura. O Livro Negro do Cristianismo: Dois Mil anos de Crimes em Nome de Deus. http://groups.google.com/group/digitalsource.
     9        IBGE. Normas de apresentação tabular. 3. ed. 1993. Disponível em: <http://www.sei.ba.gov.br/norma_tabular/normas_apresentacao_tabular.pdf>. Acesso em: 20 Nov. 2018;
  10        KAMP, Linda Van de. Pentecostalismo brasileiro em Moçambique: produção de conhecimento espiritual e cultural em um espaço transnacional. 2015;
  11        MELO, Rivaldo Correia de. Manual de Apologética; Universidade Adventista da Promessa;
  12        MICHAL, Bernard & RENALD, Jean. História das seitas e Sociedades secretas.
  13        MORREIRA, Dora Diese; Supermercado da Fé: a religião ofertada como bem de consumo através da mídia secular; 2011;
  14        REFKALEFSKY, Eduardo. Comunicação e marketing religioso: definições conceituais. INTERCOM, 2006.
  15        REVISTA ISTO É.O “boom” neopentecostal.. Edição 1269. São Paulo: Três. 20 de dezembro de 2000.
  16        OLIVEIRA, Lívio Soares de & NETO, Giacomo Balbinotto. A Teoria do Mercado Religioso: Evidencias Empíricas na Literatura. 2014.
  17        ONTO, Gustavo. Horizontes Antropológicos, Porto Alegre, ano 22, n. 45, p. 155-184, jan./jun. 2016 O mercado como um context http://dx.doi.org/10.1590/S0104-71832016000100007.
  18        Silva, José Maria da. Mercado Religioso Tupiniquim;
  19        SODRÉ, Muniz. A salvação cotada em dólar. Disponível em http://observatorio.ultimosegundo.ig.com.br/artigos/jd110720011.htm. Acesso em 24/10/2018.
  20        Universidade da Bíblia. Manual para Confecção de Dissertação de Mestrado Profissional (2011);




[1]Conhecendo-me já desde o princípio (se o quiserem testificar), que, conforme a mais severa seita da nossa religião, vivi fariseu. (Atos 26.5.)
[2] Mas, ainda que nós mesmos, ou um anjo do céu vos anuncie outro evangelho, além do que já vos anunciamos, seja anátema (Gl. 1:8);
[3] ORA, a serpente era mais astuta que todos os animais do campo que o SENHOR Deus tinha feito. E esta disse à mulher: É assim que Deus disse: Não comereis de toda a árvore do jardim? (Gn. 3:1);
[4] Não dando ouvidos às fábulas judaicas, e aos mandamentos de homens que se desviam da verdade (Tito 1:14).
[5] PORÉM o Espírito expressamente diz que nos  últimos tempos alguns apostatarão da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores, e a doutrinas de demônios (I Tm. 4:1);
[6] Os falsos mestres entre os santos são condenados — Os santos concupiscentes perecerão em sua própria corrupção. E TAMBÉM houve entre o povo falsos profetas, como entre vós haverá também falsos mestres, que introduzirão encobertamente heresias destruidoras, e negarão o Senhor que os resgatou, trazendo sobre si mesmos repentina destruição. 2 E muitos seguirão as suas dissoluções, pelos quais será blasfemado o caminho da  verdade. 3 E por avareza farão de vós negócio com  palavras fingidas, sobre os quais já de largo tempo não está ocioso o juízo, e a sua destruição não dorme (II Pe. 2:1-3).
[7] O autor sendo fazendeiro da região de Nhancoja no distrito de Jangamo, Província de Inhambane - Moçambique, nunca viu a planta do trigo que é usada nas Sagradas Escrituras, assim, o milho que  é uma planta que frequentemente se cultiva em Nhancoja.
[8] A teoria de que Pedro foi o primeiro papa não resiste à análise bíblica. A tradição católica diz que Pedro foi papa em Roma durante vinte e cinco anos, mas nunca pôde ser confirmado nem na Bíblia e nem na história. Se o apóstolo Pedro foi martirizado no reinado do imperador tirânico Nero, por volta de 67 ou 68 d.C. Subtraindo dessa data vinte e cinco anos, retrocedemos a 42 ou 43 d.C. Rastreando a vida do apóstolo Pedro, no Novo Testamento, fica desmascarada essa tradição romanista. O Concílio de Jerusalém (Atos 15) ocorreu em 48 ou pouco depois, entre a primeira e a segunda viagens missionárias do apóstolo Paulo. O apóstolo Pedro participou desse Concílio, mas quem o presidiu foi Tiago. Confira isso em Atos 15.13,19. Em 58 o apóstolo Paulo escreveu a epístola aos Romanos e no capítulo 16 mandou saudação para muita gente em Roma, todavia, o tal papa de Roma sequer é mencionado. Não é estranho? Em 62 Paulo chegou a Roma, foi visitado por muitos irmãos, novamente não se tem notícia desse suposto papa. Veja Atos 28.30,31. É verdade que a simples ausência do nome do apóstolo Pedro não se constitui fator decisivo para se rejeitar a tradição católica sobre a figura do papa. Isso é mais um recurso que depõe contra o paganismo, e mais uma prova, à luz da Bíblia, que o apóstolo Pedro nunca foi bispo de Roma. Falta, portanto, fundamento bíblico para consubstanciar a figura do papa.
[9] Assista Edir Macedo ensinando como tomar dinheiro dos inocentes:  http://media.putfile.com/edir­­­­_macedo_ensina_a_enganar
[10] A Teologia da Prosperidade não base Bíblica. Pois, a  fé e a salvação já foi comprada com Sangue, portanto não há dinheiro que pague o sacrifício de Jesus; Dar ofertas e dízimos é uma prova de fé e se aquele que dá espera receber algo em troca não está dando por fé, mas com intenção de obter algo em troca, ou seja, isso se chama “troca de favores”.
[11] condiciona a salvação às suas práticas e crendices, através da “posse de elementos salvíficos, como rosas ungidas, óleos especiais além de outros tipos de produtos mágicas.
[12]Simonia sf (baixo-lat simonia, de Simone, np+ia1) 1 Ato de comprar ou vender bens espirituais, coisas que deles dependem ou que estão a eles ligadas; por alusão ao personagem bíblico Simão, o Mago, que quis comprar aos apóstolos o dom do milagre. 2 Equiparação de bem espiritual a valores materiais. 3 Negócio com objetos sagrados. 4 Tráfico de bens espirituais. 5 Obtenção ou cessão de benefício ou prebendas eclesiásticas por meio de peita, suborno ou munificência.
[13]Animismo sm (lat anima+ismo) 1 Doutrina dos que consideram a alma como princípio ou causa de todos os fenômenos vitais (normais ou patológicos). 2 Idéia que consiste em dar alma a coisas inanimadas: Animismo infantil. 3 Crença dos povos que supunham existirem espíritos em todos os seres da Natureza.
[14] Doutrina que junta o pagã que enfatiza que se a o crente estiver doente e/ou com problemas espirituais pode buscar outra salvação ou cura fora de Deus e igreja. Sincretismo significa juntar igreja e espiritismo.
[15] Eles acreditam que Deus- tem corpo de carne e osso, bem como seu filho. Por evolução chegou ao ponto em que se encontra;
[16] Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus. Não vem das obras, para que ninguém se glorie" (Ef 2.1-9). Não te iludas, "todo aquele que comete pecado é escravo do pecado" (Jo 8.34), e este o domina, o vence, prevalece contra ele porque é mais forte do que ele, e pode ser libertado dele só por Jesus Cristo, e se Ele o libertar verdadeiramente será livre (Jo 8.36). Portanto, a salvação não vem das obras e nem da obediência do livro do Mórmon.
[17] Quando entrares na terra que o SENHOR teu Deus te der, não aprenderás a fazer conforme as abominações daquelas nações (DT 18:9);
Entre ti não se achará quem faça passar pelo fogo a seu filho ou sua filha, nem adivinhador, nem prognosticador, nem agoureiro, nem feiticeiro (DT 18:10)
Nem encantador, nem quem consulte a um espirito adivinhador, nem mágico, nem quem consulte os mortos (DT 18:11);
Pois todo aquele que faz tal coisa é abominação ao SENHOR; e por estas abominações o SENHOR teu Deus os lança fora de diante de ti.” ( DT 18:12 ).
[18] Ora, havia um homem rico, e vestia-se de púrpura e de linho finíssimo, e vivia todos os dias regalada e esplendidamente; Havia também um certo mendigo, chamado Lázaro, que jazia cheio de chagas à porta daquele; E desejava saciar-se com as migalhas que caíam da mesa do rico; e até vinham os cães, e lambiam- lhe as chagas. E aconteceu que o mendigo morreu, e foi levado pelos anjos para o seio de Abraão; e morreu também o rico, e foi sepultado. E no inferno, erguendo os olhos, estando em tormentos, viu ao longe Abraão, e Lázaro no seu seio. E ele, clamando, disse: Pai Abraão, tem misericórdia de mim, e manda a Lázaro que molhe na água a ponta do seu dedo e me refresque a língua, porque estou atormentado nesta chama. Disse, porém, Abraão: Filho, lembra-te de que recebeste os teus bens em tua vida, e Lázaro somente males; e agora este é consolado, e tu, atormentado; E além disso, está posto um grande abismo entre nós e vós, de sorte que os que quisessem passar daqui para vós não poderiam, nem tampouco os de lá passar para cá. E disse ele: Rogo-te, pois, ó pai, que o mandes à casa de meu pai.  Porque tenho cinco irmãos; para que lhes dê testemunho, a fim de que não venham também para este lugar de tormento. Disse-lhe Abraão: Eles têm Moisés e os profetas; ouçam nos. E disse ele: Não, pai Abraão; mas, se alguém dos mortos fosse ter com eles, arrepender-se-iam. Porém Abraão lhe disse: Se não ouvem Moisés e os profetas, tampouco acreditarão, ainda que algum dos mortos ressuscite (Lc 16: 19 a 31).
[19] E viu a mulher que aquela árvore era boa para se comer, e agradável aos olhos, e árvore desejável para dar entendimento; tomou do seu fruto, e comeu, e deu também a seu marido que estava com ela, e ele comeu (GN 3:6)…E o SENHOR Deus disse à serpente: Porquanto fizeste isso, maldita serás mais que todo o gado, e mais que todos os animais do campo; sobre o teu ventre andarás, e pó comerás todos os dias da tua vida. E porei inimizade entre ti e a mulher, e entre a tua semente e a sua semente; esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar. E à mulher disse: Multiplicarei grandemente a tua dor e a tua conceção; com dor darás à luz filhos; e o teu desejo será para o teu marido, e ele te dominará. 17 E a Adão disse: Porquanto deste ouvidos à voz de tua mulher e comeste da árvore de que te ordenei, dizendo: Não comerás dela; maldita é a terra por causa de ti; com dor comerás dela todos os dias da tua vida. 18 Espinhos e cardos também te produzirá; e comerás a erva do campo (GN 3:14 a 18).
[20] Tu eras o querubim, ungido para cobrir, e te estabeleci; no monte santo de Deus estavas, no meio das pedras afogueadas andava. Perfeito eras nos teus caminhos, desde o dia em que foste criado, até que se achou iniquidade em ti (EZ 28:14-15 ).
[21] Elevou-se o teu coração por causa da tua formosura, corrompeste a tua sabedoria por causa do teu resplendor; por terra te lancei, diante dos reis te pus, para que olhem para ti ( EZ 28: 17 ).
[22] Nome de origem bantu que significa curandeiro/feiticeiro; Mensageiro dos espíritos;
[23] Palavra grega que significa inferno;
[24] https://conceitos.com
[25]Disse então Jesus aos seus discípulos: Em verdade vos digo que dificilmente entrará um rico no reino dos céus. E outra vez vos digo que é mais fácil passar um camelo pelo fundo de uma agulha do que entrar um rico no reino de Deus (Mateus 19:23-24);

[26] Daí a César o que é de César e a Deus o que é de Deus (Mc 12,13-17);

[27] Os judeus tinham uma noção errada sobre os ricos e os pobres. Compreendiam ser a prosperidade uma prova do favor divino simbolizando bênçãos de Deus materializadas na vida do homem. Dessa forma criam que era mais fácil a salvação para os ricos do que para os pobres. Coube a Jesus trazer o entendimento necessário a essa questão. O vemos antes deste incidente com o moço rico, relatando a história do Rico e Lázaro, aonde o rico vai para a perdição e o pobre para a salvação. Não devemos nos deixar levar por conclusões simplistas de que todos ricos vão para o inferno, e de outro lado os pobres por essa condição se salvarão. O que Jesus está realmente ensinando? Que as riquezas podem ser perigosas para aqueles que as possuem.
Três Interpretações são dadas para Mateus 19: 24:
1ª) Houve uma substituição da palavra grega – kámilos – corda, para kámelos – o animal. O fundo da agulha considerar-se-ia literalmente.
2ª) A palavra camelo deve ser considerada literalmente, mas o fundo da agulha era uma pequena porta ao lado da porta principal de Jerusalém, pela qual um camelo passaria, após tirar-lhe a carga e, mesmo assim ajoelhado e aos empurrões.
3ª) Tanto o camelo quanto o fundo da agulha são considerados literalmente. Essa terceira é a interpretação que mais simpatizamos. Assim como a repetição e a metonímia, Cristo usa uma figura de linguagem chamada hipérbole, que nesse caso se caracteriza pelo exagero, com o objetivo de despertar a atenção dos ouvintes para melhor fixar a narrativa na memória. Então, para enfatizar uma verdade divina, Jesus usou o recurso do exagero para que, causando o impacto esperado, todas as pessoas em todos os tempos repetissem essa comparação aprendendo uma verdade divina (Marcos Bizerra).
[28] Tudo funciona como um livre mercado em que as doutrinas não mais podem ser impostas, mas sim postas à observação e possível escolha. Existem várias estruturas de plausibilidade "brigando" entre si na tentativa de conseguir o maior número possível de adeptos. Avança mais quem estiver melhor estruturado e oferecer os melhores produtos. Com isso tem-se que estudar o mercado, seus consumidores, nível de concorrência etc., para que se possa aprimorar o produto.
[29]"O Neopentecostalismo, como estratégia proselitista, pouco exige dos adeptos. A exceção mais evidente fica por conta dos incessantes pedidos de dízimos e ofertas. Em troca, promete tudo, solução para todos os problemas, o fim do sofrimento, a panaceia. Seu sucesso fundamenta-se extensamente no milagre, na magia, na experiência extática, no transe, no pietismo ou na manipulação da emoção transbordante e desbragada, todas elas práticas desprezadas e reprimidas pelas igrejas Católica e protestantes históricas. Propicia, em suma, magia e catarse para as massas" (Mariano, 1998).
[30] «E eis que aos filhos de Levi dei todos os dízimos em Israel por herança, pelo seu serviço que
realizam, o serviço da tenda da congregação» (Números 18:21).
[31] «E bendito seja o Deus Altíssimo, que entregou os teus inimigos nas tuas mãos. E Abrão deu-lhe o dízimo de tudo» (Géneses 14:18).
[32] «Porque os dízimos dos filhos de Israel, que oferecerem ao SENHOR em oferta alçada, dei por herança aos levitas; porquanto eu lhes disse: No meio dos filhos de Israel nenhuma herança herdarão» (Números 18:24).
[33] «Mas disse-lhe Pedro: O teu dinheiro seja contigo para perdição, pois supuseste que o dom de Deus se adquire por dinheiro» (Atos 8:20).
[34] Os adeptos da Adventista do Sétimo Dia têm os escritos de Elien White como inspirados tanto quanto os livros da Bíblia. Declaram: Cremos que: ElIen White foi inspirada pelo Espírito Santo, e seus escritos, o produto dessa inspiração, têm aplicação e autoridade especial para os adventistas do sétimo dia. Negamos que. A qualidade ou grau de inspiração dos escritos de Ellen White sejam diferentes dos encontrados nas Escrituras Sagradas. As Testemunhas de Jeová  Declaram: Meramente ter a Palavra de Deus e lê-la não basta para adquirir o conhecimento exato que coloca a pessoa no caminho da vida. A menos que estejamos em contato com este canal de comunicação usado por Deus, não avançaremos na estrada da vida, não importa quanto leiamos a Bíblia. Essa afirmação iniciou-se com o seu fundador, C. T. Russell. Ele afirmava que seus livros explicavam a Bíblia de uma forma única. A Bíblia fica em segundo plano nos estudos das TJ. E usada apenas como um livro de referência. A revista A Sentinela tem sido seu principal canal para propagar suas afirmações (Melo: SD). A IURD acrescenta a Simonia na sua doutrina para convencer os seus fies a comprar indulgências.
[35] A Maçonaria vê Jesus simplesmente como mais um fundador de religião, ao lado de personalidades mitológicas, ocultistas, tais como, Orfeu, Hermes, Trismegisto, Krishna, (o deus do Hinduísmo), Maomé (profeta do Islamismo), entre outros.  As testemunhas de Jeová dizem que Jesus é um anjo, a primeira criação de Jeová. Os kardecistas ensinam que Jesus foi apenas um médium de Deus etc (MELO: SD).



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